Titulo:
A filha do barão
Titulo original: A
filha do barão
Autor/a:
Célia Correia Loureiro
Editora:
Marcador
Páginas:
574
Género:
Historico
Site
autor/a: -Correia-Loureiro
Sinopse: Quando D.
João tece a união da sua única filha, Mariana de Albuquerque, com
o seu melhor amigo - um inglês que investiga o potencial comercial
do vinho do Porto -, não prevê a espiral de desenganos e provações
que causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel Turner vive
atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se não
bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a
tomar o Porto e, a partir daí, todo o país. No seu retiro nos
socalcos do Douro, Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade
até que um soldado francês, um jovem arrastado para um conflito que
desdenha, lhe bate à porta em busca de asilo. Daniel está longe, a
combater os franceses, e Gustave está logo ali, com os seus ideais
de igualdade e o seu afecto incorruptível, disposto a mostrar-lhe
que a vida é mais do que um leque de obrigações
Opinião: Este
livro foi uma grande surpresa, já tinha lido criticas excelentes,
esta leitura confirmou tudo. É um orgulho ter uma portuguesa a
escrever assim. A escrita é simples, o texto é narrado, com pouco
diálogos sobretudo na parte inicial, o que não é do meu agrado
normalmente, mas neste até nem incomodou bastante. A autora
conseguiu criar personagens com carisma e dinâmicos, imperfeitos o
que os tornou bastante reais. Esta é a historia de Mariana filha de
um barão cuja mão é dada por este a um inglês, Daniel, um
comerciante rico que sonha em produzir vinho do Porto. Entre eles as
diferenças são bastantes, a idade, a cultura, a forma de estar, o
único que os une, o amor e respeito ao pai dela que se encontra
doente e que quer este casamento para deixar a filha “arrumada”,
e pouca vontade em casarem um com o outro. Ela esconde debaixo de um
comportamento correcto, uma rebelde, um comportamento por vezes
infantil e bastante inocente em relação a tudo que esteja
relacionado com uma relação entre 2 pessoas. A relação com a mãe
é péssima, detestam-se cordialmente. Gostei como a personagem
cresceu e evoluiu. O facto dela ter inicialmente 14 anos incomodou um
pouco, é certo que ele vai esperar, mas a um dado momento acontece
tudo um pouco rápido de mais. Ele sente-se culpado por adiar o
casamento, e desiludir o amigo, mas também porque tinha uma relação
com outra. É rico, adora ser um negociante, educado, frontal.
Primeiro estranhou os costumes portugueses, depois acaba por achar
piada e adoptar alguns. O interesse por Mariana vai ser um choque que
o vai levar a lutar contra o que sente. Um pouco ciumento, e
estúpido, como é que alguém pede aquilo? Como pano de fundo temos
a invasão napoleónica, com bastantes detalhes, nota-se o trabalho
de investigação, e que vai ter consequências para este casal. As
escolhas que ambos fazem nem sempre é a melhor, ainda estou em
choque com o que ele lhe pediu, e pela forma que ela “cobrou”,
ficaram quites. Este livro não é feito apenas com Mariana e Daniel
existem mais personagens que tornam a intriga mais interessante:
João, o pai dela um
barão, que se encontra a morrer e que utiliza a riqueza para deixar
a mulher e a filha em boas mãos, e que esconde um segredo
relacionado com as raízes de Mariana
Sofia: a mulher de
João, mulher fria, snob, detesta a filha que culpa por terem que ir
morar no norte deixando João sozinho em Lisboa, e por esta ser a luz
dos olhos do marido. Esta personagem esconde uma grande solidão. Vai
tentar fazer a vida de Mariana miserável, a evolução desta
personagem foi a que mais me surpreendeu, acabei por gostar bastante
Elizabeth: irmã
dele, é considerada uma solteirona, adora o irmão, mas não lhe vai
perdoar que a obrigue a casar com um empregado, o Joaquim, quando o
homem que ama é outro. A convivência com o marido vai acabar por
abrir-lhe os olhos e que descubra quem é o mais cavalheiro dos dois,
o mais fiável e aquele que a ama
Ada: mãe de Daniel,
não sabe o que pensar de tudo
Isabel: viúva e
amante de Daniel, gosta dele, ela no fundo salvou-a e agarra-se a
isso. Bastante vingativa, se não não teria feito aquela escolha. A
relação dela com Mariana vai ser um carrossel
Gustave: um soldado
francês que deserta e se refugia na quinta num momento em que
Mariana esta vulnerável e a odiar o marido
José: um criado da
mesma idade de Mariana, ele gosta dela, mas entre os dois vai nascer
uma grande amizade
O final é
frustrante, mas acabei de descobrir que a autora fez uma continuação
com a filha deles :), o livro chama-se Uma mulher respeitavel
Jamais alguém lhe falara assim. Chegara a cultivar a ilusão de que era algo de belo e sagrado; algo que seria, para sempre, estimado. Voltou-se sobre o ombro para a rua de onde viera. A fome incomodara-a nas primeiras horas, espicaçara-a nos primeiros dias. Volvida uma semana, contudo, era algo que a moldava. Ela já não era Evelyn St. Clair, a menina privilegiada da Casa da Pereirinha que falava Português, Inglês e um pouco de Francês. Ela era uma escultura de ossos, uma catedral de fome, um monumento à sobrevivência.»
Nota: 4 /5
Olá,
ResponderEliminarAinda não li este livro mas estou a ver, pela tua opinião, que é um bom investimento.
Beijinhos
eu gostei :), é bom saber que temos excelente autores de romance
Eliminarbjs
Olá
ResponderEliminarJá há algum tempo que tenho curiosidade para ler este livro e com a tua opinião ainda fiquei com mais :)
Beijinhos e boas leituras