quinta-feira, 15 de setembro de 2016

76: Voyage au bout de la nuit - Céline


Titulo: Voyage au bout de la nuit

Titulo Original: Voyage au bout de la nuit

Autor/a: Céline

Editora: Folio Plus Classiques

Género: Romance

Páginas: 615

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Sinopse: À la suite d'un défilé militaire, Ferdinand Bardamu s'engage dans un régiment. Plongé dans la Grande Guerre, il fait l'expérience de l'horreur et rencontre Robinson, qu'il retrouvera tout au long de ses aventures. Blessé, rapatrié, il vit le conflit depuis l'arrière, partagé entre les conquêtes féminines et les crises de folie. Réformé, il s'embarque pour l'Afrique, travaille dans une compagnie coloniale. Malade, il gagne les États-Unis, rencontre Molly, prostituée au grand coeur à Detroit tandis qu'il est ouvrier à la chaîne. De retour en France, médecin, installé dans un dispensaire de banlieue, il est confronté au tout-venant sordide de la misère, en même temps qu'il rencontre ici et là des êtres sublimes de générosité, de délicatesse infinie, "une gaieté pour l'univers"...
Épopée antimilitariste, anticolonialiste et anticapitaliste, somme de toutes les expériences de l'auteur, Voyage au bout de la nuit est peuplé de pauvres hères brinquebalés dans un monde où l'horreur le dispute à l'absurde. Mais au bout de cette nuit, le voyage ne manque ni de drôlerie, ni de personnages fringants, de beautés féminines "en route pour l'infini".

Comentário: este livro foi uma prenda, confesso que não me apetecia muito ler. Ainda bem que o fiz, adorei, o melhor livro que li até ao momento este ano. Quando este livro foi publicado pela primeira vez causou um escândalo nos círculos literários. O motivo a escrita, linguagem popular, cheia de calão e expressões consideradas pelos intelectuais da época como degradantes para a literatura. Mas para muitos, este novo estilo, foi uma lufada de ar fresco, de inovação, de revolta contra as ideias estabelecidas. Sou da equipa dos segundos. Amei o estilo do autor, sarcástico, um humor negro, a forma como com algo tão simples disse muito. O livro começa com o protagonista sentado numa esplanada, e levado por uma impulsão ideológica, romântica, juntar-se a dezenas de homens que marchavam para se inscrever como soldado, para levado por fantasias viver o sonho de lutar por um ideal. A guerra é a 1° guerra mundial. O choque é enorme, a forma bruta e directa como descreve os seus sentimentos é mais eficaz do que qualquer descrição explicita de violência. A desilusão leva-o a questionar muitas coisas entre elas a covardia, e a planear a fuga. É aqui que aparece outro personagem secundário, estranho por vezes, que desaparece da trama para voltar a aparecer nos momentos cruciais e de duvida do protagonista. Pergunto-me se não é uma metáfora para o seu eu imperfeito, de vícios e humano. O autor aborda outros temas além da guerra. A intriga esta dividida em varias partes:
- A guerra;
- Africa: a viagem, a sua fuga, a vergonha, a desconfiança, no fundo esta perdido
- América: o protagonista acaba por trabalhar na industria, o autor aproveita para criticar a desumanização do funcionário, a miséria, a sobrevivência. Questão romance, surge uma personagem que representa um pouco a doçura, a inocência, o que tem piada é que ela é prostituta. O autor quis destruir o ideal do sonho americano
- O regresso a França, aos estudos em medicina. O autor aproveita o trabalho do protagonista na província para explorar mais uma vez a miséria, sobretudo a humana. O autor aproveita o trabalho do protagonista num hospital psiquiátrico para mais uma vez questionar a humanidade.
Como acaba o livro, como começa numa esplanada. O circo fechou-se. Existe uma frase na primeira parte que para mim define o livro: “é difícil de chegar ao essencial, mesmo na guerra, quando a fantasia resiste tanto tempo.” Podia trocar guerra, por vida, por vezes somos levados por um ideal, e ver a realidade acaba por ser algo difícil, ou melhor ignorar.


Nota Geral: 4.3/5
Escrita: 5
Cenário: 4
Originalidade: 5
Personagens: 4.5
Suspense: 4
Humor: 5
Romance: 3.5
Capa: 3
Aditivo: 5
Previsível: 5

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